ILC contra o Acordo Ortográfico

(site original, 2010-2015)

Ana Almeida nasceu em Nelas, no distrito de Viseu, mas cedo se mudou para os arredores de Lisboa.

Concluiu o 10º Ano de escolaridade já enquanto trabalhava, tendo passado por diversos ofícios. Há 18 anos estabeleceu-se por conta própria com uma lavandaria, a AnaSec, na Quinta do Barão, em Carcavelos. Este estabelecimento faz parte do mapa de locais onde há impressos de subscrição da ILC, o que só por si já seria indício suficiente de que a proprietária é uma adversária convicta do “acordo ortográfico”.

E é uma activista, não apenas recolhendo assinaturas e distribuindo impressos como também esclarecendo os seus clientes sobre o assunto e ainda fazendo de tudo um pouco (ou tudo o que pode, o que já não é pouco) para que o nosso movimento cívico tenha sucesso.

Evidentemente, subscreveu também a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

Este é mais um perfil publicado na “galeria” de subscritores, activistas e apoiantes da ILC pela revogação do “acordo ortográfico”.

Nota: esta publicação foi expressamente autorizada.

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Restaurante “O António”
Praia de Porto de Mós
8600 Lagos

Com autorização expressa do proprietário do estabelecimento para publicação. Cartão da casa e postal recebidos por carta. Existe um cartaz da ILC na porta do restaurante.

A partir de agora também ali poderá subscrever a ILC pela revogação da entrada em vigor do “acordo ortográfico”.

Mais um estabelecimento no mapa dos locais de recolha de assinaturas!

Se possui um estabelecimento e pretende apoiar a iniciativa, basta fazer download do cartaz e do impresso de subscrição para que os seus clientes possam subscrever a ILC. Depois remeta-nos um cartão-de-visita da casa para que ela apareça também neste mapa.

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Para este blogueiro, e nada me convencerá do contrário, a reforma ortográfica, implementada por um conselho de notáveis escolhido a dedo, não passa de uma política cínica para incrementar a venda de livros, milhões de livros, e engordar os lucros do setor livreiro do país e fora dele. Dicionários e gramáticas novos, livros didáticos e paradidáticos encabeçam o mercado brasileiro.

Para se ter uma ideia, o segmento didáticos faturou, em 2010, R$ 2,1 bilhõesa), para um faturamento total do setor de cerca de R$ 4,5 bilhõesb). Precisa dizer mais?

Quanto às regras propriamente ditas, as confusões, exceções contraditórias e falta de critérios mostram que a reforma, além de tudo, empobreceu e violentou a língua. Fora os exemplos citados acima no texto da Agência Senado, o fim do trema etc, há coisas absurdas. Exemplo: a queda do acento para diferenciar o verbo parar no presente do indicativo (pára) da preposição.

Vejam essa manchete de jornal, que li esta semana: “Cidade para após problema em ponte”. A frase tem dois significados. Como verbo, o para indica o sentido de que a cidade ficou paralisada depois de problemas com a ponte; mas, como preposição, podemos ler assim: [como ficará] a cidade depois de resolvido o problema da ponte.A língua portuguesa é como a Constituição brasileira. Uma colcha de retalhos e de emendas.

Eduardo Maretti, Brasil, no blog Fatos Etc.

a) 920 milhões de Euros
b) 1 972 milhões de Euros

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PMexia-Expresso-07012012Antiga Ortografia

Fulano escreve “de acordo com a antiga ortografia”, diz o aviso que acompanha estas crónicas. Eu agradeço que o “Expresso” me permita a objecção de consciência face ao chamado Acordo Ortográfico, e percebo que indique quem segue ou não as novas regras, para evitar confusões; mas suspeito que esta fórmula foi inventada por alguém que pretende colar aos dissidentes o vocábulo “antiga”, como se nós escrevêssemos em galaico-português. Como se a língua que a maioria dos portugueses ainda usa se tornasse por simples decreto “antiga”: antiquada, decrépita, morta.

Eu não sou pela “antiga ortografia” por caturrice. Estou contra o “acordo” porque me parece uma decisão meramente política e económica, sem verdadeiro fundamento cultural. Os legisladores impuseram aos falantes uma “ortografia unificada”, que, dizem, garante a “expansão da língua” e o seu “prestígio internacional”. Mas a expansão da língua passa por uma política da língua, que Portugal, por exemplo, não tem tido, ocupados que estamos em fechar leitorados no estrangeiro, em aplicar uma abominável terminologia linguística nas escolas, em publicar um lamentável Dicionário da Academia, em expulsar Camilo dos currículos enquanto o substituímos por diálogos das novelas. Quanto ao prestígio internacional, lamento informar que foi o sucesso económico, e não a “língua de Camões”, que transformou o Brasil numa potência.
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Proxenetas da Língua Portuguesa

A diversidade da Língua Portuguesa –
aqui ou no Brasil
cada uma tem beleza
Não vou aceitar
esta tristeza.
Estão a mutilar-te
querida Língua Portuguesa
Doutores com sede
de protagonismo,
sede de dinheiro,
inchados de egoísmo,
inventaram um acordo
com corruptos cabecilhas –
violar a nossa Dama
por um prato de lentilhas.
1- exploração
2-prostituição
está no dicionário o que vocês são:
Proxenetas da Língua Portuguesa
“espectador” leva um c
no Brasil não leva não.
Não serei um “espetador”
por vontade de um cabrão
Variedade é qualidade.
Português não é fast-food
que sabe tudo ao mesmo
em Xangai ou Hollywood
Vós que violais
a nossa Dama indefesa
ao prostituir
a Língua Portuguesa:
Não serei mais um cúmplice
do vosso decreto
Escrever barbaridades –
prefiro ser analfabeto
1- exploração
2 prostituição
está no dicionário o que vocês são:
Proxenetas da Língua Portuguesa

Autor da letra: Miguel Falcão

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Naufragar é preciso?

Começa a ser penoso para mim ler a imprensa portuguesa. Não falo da qualidade dos textos. Falo da ortografia deles. Que português é esse? Quem tomou de assalto a língua portuguesa (de Portugal) e a transformou numa versão abastardada da língua portuguesa (do Brasil)?

A sensação que tenho é que estive em coma profundo durante meses, ou anos. E, quando acordei, habitava já um planeta novo, onde as regras ortográficas que aprendi na escola foram destroçadas por vândalos extraterrestres que decidiram unilateralmente como devem escrever os portugueses.

Eis o Acordo Ortográfico, plenamente em vigor. Não aderi a ele: nesta Folha, entendo que a ortografia deve obedecer aos critérios do Brasil. Sou um convidado da casa e nenhum convidado começa a dar ordens aos seus anfitriões sobre o lugar das pratas e a moldura dos quadros. Questão de educação.

Em Portugal é outra história. E não deixa de ser hilariante a quantidade de articulistas que, no final dos seus textos, fazem uma declaração de princípios: “Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia”.
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Isabel Coutinho Monteiro nasceu na cidade da Beira, Moçambique, tendo chegado a Portugal em 1976, fixando-se no Estoril, onde vive e trabalha há 22 anos como tradutora independente.

Com o bacharelato do curso de Tradutores e Intérpretes concluído em 1990 no “velho” ISLA, e isto após frequentar os cursos superiores de Biologia e de Química, fez tradução literária no início da carreira e desde então tem passado por diversas áreas da tradução técnica, produzindo trabalhos para empresas de Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Suíça, Canadá e França.

Foi também Professora de Inglês e de Português para Estrangeiros, Secretária de Direcção (na Unesco) e formadora em diversas áreas da indústria hoteleira.

Militante de sempre na luta contra o AO90, tem feito de tudo para que a ILC tenha sucesso: recolhe assinaturas, angaria voluntários e locais de recolha, participa em eventos e em grupos de divulgação, distribui impressos de subscrição, enfim, dedica-se com imenso empenho e determinação inabalável à Causa anti-“acordo”. Aliás, até o “avatar” que utiliza nas redes sociais ilustra com toda a eloquência o espírito de militância desta nossa companheira de luta.

Evidentemente, subscreveu também a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

Este é mais um perfil publicado na “galeria” de subscritores, activistas e apoiantes da ILC pela revogação do “acordo ortográfico”.

Nota: esta publicação foi expressamente autorizada.

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Deco- Proteste
Avª Eng. Arantes e Oliveira, 13 1º B
Olaias
1900-221 Lisboa

Lisboa, 6 de Janeiro de 2012

Ass. 005****-**

Assunto: cancelamento de assinatura

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Exmos. Senhores,

Recebi há dias uma comunicação da v/ parte, para proceder à liquidação da quantia de 90 euros, relativos à assinatura da Revista Proteste, por vós editada. Decidi há algum tempo deixar de ser sócia da v/ Associação, precisamente no momento em que recebi o primeiro número da Revista em que esta passou a apresentar-se escrita de acordo com as regras do “Acordo” Ortográfico.

Uma vez que não me revejo nesse “novo Português”, em que, unilateralmente e obedecendo apenas a desígnios e ambições obscuras e a interesses multinacionais, informáticos (v. Wikipédia, por exemplo) e outros, poderosíssimos, que os Portugueses aceitaram passivamente, “porque é mesmo assim”, apesar dos alertas de muitos, decidi deixar de assinar a v/ Revista. Pensei que fosse suficiente cancelar a ordem de pagamento, mas uma vez que assim não é, declaro agora que deixo de ser assinante da Revista e sócia da DECO.

Um comentário final: estranho que uma Associação, à qual pertenci durante muitos anos (pelo menos desde 1988) e cujo trabalho na defesa do consumidor sempre admirei e louvei, sempre tão atenta e zelosa de direitos e até de patrimónios, não tenha tido qualquer gesto perante este assassinato cometido sobre a Língua portuguesa e a sua norma linguística, fixada depois de séculos de evolução, e não tenha percebido, também ela, que está, ao assumir o pseudo Acordo– que é afinal a instauração do caos ortográfico, e não qualquer unificação, como já se vê na prática – a violar os direitos dos consumidores, em particular dos 10 milhões de Portugueses, que assim vêem (também) a sua Língua maltratada sem remédio, e sem a indignação que vemos por aí relativamente a temas muito menores e sem a importância deste. Sinal dos tempos.

Como V. sabem muito bem, até pelo trabalho que desenvolvem, as coisas “não são assim porque sim”. É preciso compreender, desmontar, denunciar, resistir e saber dizer não. É isso que eu faço agora, no meu caso individual e na minha condição de cidadã.

Com os meus cumprimentos,

Ana Isabel Buescu

[Esta transcrição de carta enviada foi recebida por email, com autorização de publicação pela remetente.]

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«Este texto foi escrito ao abrigo da língua portuguesa, onde sempre encontrei abrigo contra os Malacas Casteleiros dos Acordos Ortográficos. […] Chega-se a um ponto em que viver é resistir.»
Miguel Sousa Tavares

[Recorte da edição do semanário Expresso de 14 de Janeiro de 2012 em artigo da autoria de Miguel Sousa Tavares. (link disponível apenas para assinantes.)]

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Debate – A língua portuguesa e Acordo Ortográfico

‘Velho do Restelo’, e com muito orgulho!

Octávio dos Santos
Jornalista e escritor

Em Setembro de 2011, num dos vários “debates blogosféricos” em que regularmente participo, alguém — anónimo, claro! — chamou-me “Velho do Restelo” por ser contra o Acordo Ortográfico. Ao que eu respondi: “antes “Velho do Restelo” do que “piloto enviado por Baco”; antes céptico do que traidor.” E com muito orgulho!

Como aos “acordistas” faltam argumentos e factos convincentes e racionais, a sua “defesa” habitual passa, precisamente, por chamar nomes aos que se opõem ao “aborto ortográfico”. E as calúnias mais frequentes são as de “bota-de-elástico”, “conservador”, “avesso à mudança”, ou outros termos semelhantes. Para eles, “mudar”… é sempre bom, mesmo que não seja necessário, mesmo que muitos (a maioria) não o queiram; eles acreditam que, porque se mudou antes (e há que saber sempre em que circunstâncias se processaram essas mudanças), nada de válido pode haver que impeça que se mude outra vez (e outra… e outra… e outra…). Os acordistas” são como ladrões que dizem para as suas vítimas: “Se já vos roubámos antes, em outras ocasiões, por que não haveremos de o fazer outra vez? Se já se habituaram a que vos tiremos coisas, por que é que refilam agora, quando já pouco vos resta?” Dizem eles que a língua tem de “evoluir”. Mas quem é que decide o tempo e o modo dessa “evolução”?
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